quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Le gôut du neant

Procuro através de escuras noites,
Pensamentos que outrora tinha
Corro a procura do nada, que mesmo cego caminha
Atrás das cortinas escarlates, o choro e a morte se encontram
Mas o céu estando turvo, chora em constante pranto
Aos poucos devoras minha vontade de perceber
Que por dentro tendo sangue, posso enfim padecer
Inspira-me oh vésper de minha negativa existencia
Louca, louca a procura da cura da minha nobre doença
Somente em tí, encontro o caminho dos vales da sapiência
Respiro, resurjo mas não vejo a fulgaz existência
Tudo em mim é risonho, como o amanhecer
Mas percebo que tudo que vejo era apenas um parecer
Da longínqua lua nova a se esconder
Oh alma, será que te tí preciso?
Ou apenas caminharei pelos vales do abismo?
Por que num mundo de adulto que predomina, dai-me um coração de menina?
Por que me fizeste tão complicada?
Poderia das turvas ondas ter despertado
De um sonho que tive esta noite, que tudo que sobrou...um açoite
Oh que pena, quando despertei, era apenas mais um poema!

Um comentário: