quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

As Culpas

Tenho culpa do que não fiz...
Não flutuei quando uma pena me ofereceu um dia da sua vida
Não mergulhei quando um cavalo marinho me concedeu um passeio nas suas costas
Não comi quando os desnutridos me ofereceram um prato de suas iguarias
Não fechei os olhos quando luses me pediram por um minuto apenas
Não abri os braços quando pareceu a ultima chance de salvar uma vida
Não acenei quando restava um ultimo segundo da despedida
Não sorri quando um palhaço já ficara sem graça com minha tristeza
Não toquei numa estrela quando tive a chance de pô-la no meu criado mudo
Não duvidei quando o que importava era não acreditar
Não aceitei abrigo quando nos quatro cantos não havia mais tetos
Não olhei quando todos esperavam que eu acenasse
Não amei quando todos os inimigos cavalgavam em pastagens com seus cavalos brancos
Não escreví quando a ultima árvore foi sacrificada por um machado
Não chorei quando a única lágrima era a que importava
As horas passaram, os tempos mudaram, as chances calaram-se as folhas caíram,os casulos se abriram, os cães adormeceram as culpas se cumpriram...
Mas um verme me deu mais uma chance
Oh vesper amado! A chance de ser como ele, de comer poeira e lama, e apenas esperar a ventania chegar
Apenas esperar o vendaval me levar!


Um comentário:

  1. Niga me lembro perfeitamente qndo escreveu este pensamento! Perfeitoooo d++++++++. Como tudo o que vc faz. Te amo hoje..sempre e para a eternidade do infinito.
    Sua amiga...irmã..palhaça..Lory

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